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Iansa
Iansa

                                   
                                                   
    Raízes dos Orixás:
Iansã                                  


                                                           MÃE IANSà |  FILHOS DE IANSà UMA LENDA DE IANSÃ


 
                                                                                                                      MÃE IANSÃ
         
              
 
          lansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios.  Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos
seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos "emocional".

          lansã, em seu primeiro elemento é ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o pólo positivo e é passivo pois suas
irradiações magnéticas são retas.  lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas.

          Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental
pura do ar, onde polariza com Ogum.  Já em seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da
Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.

          Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação
dos seres através de seus magnetismos negativos.

          lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa.  Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e,
com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de
evolução, que o
aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução. 

          As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o emocional, acelerando suas
vibrações.

          Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é redirecionado.  Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta
da evolução, então uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em
um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha
descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.

          Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas:

          - Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram como
aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá planetária Iansã.


          - Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos negativos, onde entram como
aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã.

          - Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos princípios da Lei, ou direcionam os seres para
as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.

          Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.

          Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe lansã
intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela quem envia ao tempo os
eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade.

          lansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé,
enviando-os ao Tempo onde serão esgotados.  Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando
 por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é
necessário.  E isto o Tempo faz muito bem!

          Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito
conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como
vida é geração e Omulu atua no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos
que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

          Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de "baixo" do campo santo.

          Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos
(lansã pura).   As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás,
quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas.  Temos:

• uma Iansã do Ar.
• uma Iansã Cristalina.
• uma lansã Mineral.
• uma Iansã Vegetal.
• uma lansã Ígnea.
• uma lansã Telúrica.
• uma lansã Aquática.

          Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do
imenso campo de ação do mistério "Iansã".

          O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações
espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e suas consciências desordenadas!

          Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a "Senhora dos Ventos".

          Oferenda: Velas brancas, amarelas e vermelhas; champagne branca, licor de menta e de anis ou de cereja; rosas e palmas
amarelas, tudo depositado no campo aberto, pedreiras, beira-mar, cachoeiras, etc.

TRECHOS EXTRAÍDOS DO LIVRO "O CÓDIGO DA UMBANDA" DE RUBENS SARACENI; E QUE SE ENCONTRA, TAMBÉM, NO SITE GUARDIÕES DA LUZ.


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FILHOS DE IANSÃ


          Iansã, a Senhora dos Ventos e das Tempestades, a Deusa Guerreira.

          Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo.  Está sempre chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido.

          Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade.  Não admite ser contrariado, pouco importando se
tem ou não razão, pois não gosta de dialogar.

          Em estado normal é muito alegre e decidido.  Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e
choro.

          Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito.  Passa por cima de tudo que está fazendo na vida, quando fica
tentado por uma aventura.

          Em seus gestos demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza.  Não tem medo
de nada.  Enfrenta qualquer situação de peito aberto.

          Ciumento demonstra um certo egoísmo porque não se importa com que os outros sofram pelo seu gênio reconhecidamente
mal-humorado.

          É leal e objetivo.  Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio
social.  Por ser tão marcante seu gênio, se este fosse controlado, o que não é difícil, seria pessoa muito mais feliz e querida.

          Para definir bem a influência dos orixás nas pessoas vou contar uma estória engraçada: eu  explicava para um grupo as
influências dos Orixás nas pessoas.


Veja um fato simulado:

          Duas pessoas brigando.  Passando um filho de Ogum, ou ele passa direto e nem olha, ou já vai se meter na briga.

          Um filho de Xangô para, fica olhando, e já começa a reclamar.  Coitado do baixinho! Por que será esta briga? Acho que aquele
alto não tem razão.  E pior, nem sabe brigar.  É um fraco.  E fica questionando.

          Um filho de Oxossi para, senta no chão e, rindo, fica assistindo e se deleitando com a briga.  Deu a entender ter terminado. 
Achei sugestiva sua explicação.

          Alguém indagou qual seria o comportamento das filhas do povo da água.  Diante da minha negativa, alguém se propôs a
completar.  Bem, disse, uma filha de Iemanjá chamaria os dois, colocaria suas cabeças em seu colo e os acalmaria recomendando paz.

          Uma filha de Iansã já reclamaria e chamaria a polícia.  E parou.  De propósito, o esperto.

          Bem, perguntou alguém, e uma filha de Oxum, que faria? Nada, respondeu.  Nem poderia.  Os dois estavam brigando por
causa dela...

Cor: Amarelo.

Ervas: Catinga de Mulata; Cordão de Frade; Gerânio Cor-de-Rosa ou Vermelho; Acúcena; Folhas de Rosa Branca; Erva de Santa
Bárbara.



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UMA LENDA DE IANSÃ
                                                   
               
           
          Ogum foi um dia caçar na floresta.  Ele ficou na espreita e viu um búfalo vindo em sua direção.  Ogum avaliou logo à distância
que os separava e preparou-se para matar o animal com a sua espada.  Mas viu o búfalo parar e, de repente, baixar a cabeça e
despir-se de sua pele.  Desta pele saiu uma linda mulher.
 
          Era Iansã, vestida com elegância, coberta com panos, um turbante luxuoso amarrado à cabeça e ornada de colares e
braceletes.  Iansã enrolou sua pele e seus chifres, fez uma trouxa e escondeu num formigueiro.  Partiu, em seguida, num passo leve,
em direção ao mercado da cidade, sem desconfiar que Ogum tinha visto tudo.

          Assim que Iansã partiu, Ogum apoderou-se da trouxa, foi papa casa, guardou-a no celeiro de milho e seguiu, também, para o
mercado.  Lá, ele encontrou a bela mulher e cortejou-a.  Iansã era bela, muito bela, era a mais bela mulher do mundo.  Sua beleza
era tal que se um homem a visse, logo a desejaria.
 
          Ogum foi subjugado e pediu-a em casamento.  Iansã apenas sorriu e recusou sem apelo.  Ogum insistiu e disse-lhe que a
esperaria.  Ele não duvidava de que ela aceitasse sua proposta.  Iansã voltou à floresta e não encontrou seu chifre nem sua pele. 
 “Ah! Que contrariedade! Que teria se passado? Que fazer?” 

         
Iansã voltou ao mercado, já vazio, e viu Ogum que a esperava.  Ela perguntou-lhe o que ele havia feito daquilo que ela
deixara no formigueiro.  Ogum fingiu inocência e declarou que nada tinha a ver, nem com o formigueiro nem com o que estava nele. 
Iansã não se deixou enganar e disse-lhe: “Eu sei que escondeu minha pele e meu chifre.

 
          Eu sei que você se negará a me revelar o esconderijo.  Ogum, vou me casar com você e viver em sua casa.  Mas, existem
certas regras de conduta para comigo.  Estas regras devem ser respeitadas, também, pelas pessoas da sua casa.  Ninguém poderá
me dizer: Você é um animal!  Ninguém poderá utilizar cascas de dendê para fazer fogo. Ninguém poderá rolar um pilão pelo chão
da casa”.

          Ogum respondeu que havia compreendido e levou Iansã.  Chegando em casa, Ogum reuniu suas outras mulheres e
explicou-lhes como deveriam comportar-se.  Ficara claro para todos que ninguém deveria discutir com Iansã, nem insultá-la.

          A vida organizou-se.  Ogum saía para caçar ou cultivar o campo.  Iansã, em vão, procurava sua pele e seus chifres.  Ela deu à
luz uma criança, depois uma segunda e uma terceira… Ela deu à luz a nove crianças.  Mas as mulheres viviam enciumadas da beleza
de Iansã.

          Cada vez mais enciumadas e hostis, elas decidiram desvendar o mistério da origem de Iansã.  Uma delas conseguiu
embriagar Ogum com vinho de palma.  Ogum não pôde mais controlar suas palavras e revelou o segredo.  Contou que Iansã era, na
realidade, um animal; Que sua pele e seus chifres estavam escondidos no celeiro de milho.
 
          Ogum recomendou-lhes ainda: “Sobretudo não procurem vê-los, pois isto a amedrontará.  Não lhes digam jamais que é um
animal!” Depois disso, logo que Ogum saía para o campo, as mulheres insultavam Iansã: “Você é um animal! Você é um animal!!”

          Elas cantavam enquanto faziam os trabalhos da casa: “Coma e beba, pode exibir-se, mas sua pele está no celeiro de milho!”
Um dia, todas as mulheres saíram para o mercado.  Iansã aproveitou-se e correu para o celeiro.  Abriu a porta e, bem no fundo, sob
grandes espigas de milho, encontrou sua pele e seus chifres.
 
          Ela os vestiu novamente e se sacudiu com energia.  Cada parte do seu corpo retomou exatamente seu lugar dentro da pele. 
Logo que as mulheres chegaram do mercado, ela saiu bufando.  Foi um tremendo massacre, pelo qual passaram todas.  Com
grandes chifradas Iansã rasgou-lhes a barriga, pisou sobre os corpos e rodou-os no ar.
 
          Iansã poupou seus filhos que a seguiam chorando e dizendo: “Nossa mãe, nossa mãe! É você mesma? Nossa mãe, nossa
mãe! Que você vai fazer? Nossa mãe, nossa mãe! Que será de nós?” O búfalo os consolou, roçando seu corpo carinhosamente no deles
e dizendo-lhes: “Eu vou voltar para a floresta; lá não é bom lugar para vocês.

          Mas, vou lhes deixar uma lembrança.” Retirou seus chifres, entregou-lhes e continuou: “Quando qualquer perigo lhes ameaçar,
quando vocês precisarem dos meus conselhos, esfreguem estes chifres um no outro.  Em qualquer lugar que vocês estiverem, em
qualquer lugar que eu estiver, escutarei suas queixas e virei socorrê-los.”  Eis por que dois chifres de búfalo estão sempre no altar de
Iansã.

 

           LENDAS AFRICANAS DOS ORIXÁS - DE PIERRE FATUMBI VERGER - TRADUÇÃO: MARIA APARECIDA NÓBREGA - EDITORA: CORRUPIO

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