‘Sereia Rainha, protetora da fauna e flora marítima, guia dos marinheiros, navegantes, pescadores e dos que se encontram perdidos nos mares da existência, dirige também os humildes, os simples de coração, os fracos, os aprendizes, os ignorantes e todos os que se desviaram da rota correta com suas incertezas morais e evangélicas, navegando em ondas tempestuosas sem divisar o porto seguro da perfeição espiritual …
Senhora dos Oceanos, símbolo da fecundidade, da procriação e do princípio vital surgido em suas águas, sê também a imagem da fecunda pureza a ser seguida por aqueles que estão famintos de ajuda espiritual, sedentos de Justiça e necessitados de caridade, criando nos cérebros de nossos companheiros a consciência de nossa condição de irmãos vindos da mesma origem e destinados a alcançar mundos elevados, integrando-os no Todo que é Zâmbi, Olorum, Jeová, Deus, Consciência Cósmica ou qualquer outro nome que se lhe dêem e tornando-nos iguais, porque assim o somos, malgrado as aparências exteriores …
Orixá dos Mares, representante das emoções, da reprodução e da restauração, conforme crença de nossos antepassados africanos; controla as atividades emotivas de nossas autoridades, políticos, dirigentes de grupos religiosos, iluminando-lhes as mentes e os corações para produzirem idéias e empreendimentos salutares visando minorar o sofrimento de milhares de criaturas, diariamente atiradas em nossas tendas, terreiros, ilês e templos, carregando pesado fardo de angústia, ansiedade, desespero, doenças físicas e psíquicas, desequilibradas emocionalmente, em decorrência de adversidades na luta pela sobrevivência ou da situação difícil que atravessamos, sofrendo revezes e derrotas, à procura de emprego, sofrendo a situação precária ou de outros fatores negativos que lhes imponham sofrimentos morais e psicológicos …
Deusa das Águas, juntamente com sua corte de sereias, ondinas e ninfas, caboclas do mar e espíritos aquáticos, lava as impurezas da mente daqueles que, afastados dos nobres ensinamentos do mestre Oxalá, guiados pelo instinto animal, procedam mal, intentando toda sorte de maldades contra o semelhante, para que, purificados em seus sentimentos, entrevejam e se conscientizem de que somos todos células do mesmo organismo social, humano, divino e, enquanto existir uma célula doente, o corpo todo não está sadio …
Mãe Universal, faça que todos se irmanem nos mesmos ideais e sentimentos cristãos de fraternidade, união e compreensão; que os companheiros que forem às praias para te homenagearem, o façam com todo respeito, afeto e carinho e, acima de tudo, com esperança de um futuro melhor para o gênero humano, sem mágoas, ódios ou ressentimentos, mas com amor, a única semente capaz de gerar bons frutos, sê, querida Sereia, a base devocional de nossa estimada Umbanda, fazendo-a progredir para o bem comum; que todos, na praia, à beira de teu encantado Reino líquido, se dêem as mãos e se unam em bondade, caridade e amor uns aos outros para, limpos das impurezas dos vícios e imperfeições materiais, estejam aptos a alcançarem o plano angélico, a meta mais próxima do estágio humano, para breve podermos nos integrar na Mente Divina em Sua glória e onipotência …’